Associação Portuguesa de Bancos
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Análise da Atividade Bancária

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2022 (xlsx)


Destaques

Em 2022, apesar dos choques adversos muito significativos que se verificaram recentemente, a atividade dos Associados da APB demonstrou uma forte solidez e resiliência.

Efetivamente, a rendibilidade agregada das suas Instituições financeiras continuou a registar sinais de melhoria refletindo, essencialmente a evolução positiva da margem financeira, devido ao contexto de subida rápida das taxas de juro, e a redução muito significativa no fluxo de provisões e imparidades, que haviam sido constituídas para acomodar os efeitos da pandemia.

Esta performance verificou-se apesar do contexto extremamente desafiante do ponto de vista económico, regulamentar e concorrencial, e que no caso português, está ainda sujeito a um conjunto de condicionantes que não se colocam aos seus pares europeus, o que corresponde a uma situação fortemente distorcida, nomeadamente devido à proibição de cobrança de comissões nas operações em Multibanco; à Contribuição sobre o Sector Bancário, ao Adicional de Solidariedade e às contribuições para o Fundo de Resolução Nacional, em acréscimo às contribuições para o Fundo Único de Resolução, e à morosidade dos processos judiciais de recuperação de crédito e de insolvência.

O ativo agregado das instituições financeiras registou uma redução de 3,5% face a 2021, totalizando cerca de 369 mil milhões de euros, tendo apenas a rubrica dos empréstimos registado uma subida. Os empréstimos a clientes (valores brutos) aumentaram 2,0% face a 2021, não se tendo assistido a uma deterioração da qualidade dos ativos. O rácio de NPL manteve a trajetória descendente que se vem registando desde 2016 e situou-se em 3,6%. Apesar deste rácio continuar num nível considerado ainda elevado face à média da Área do Euro, que atingiu 1,8% em dezembro de 2022, os progressos conseguidos na sua redução têm sido muito significativos. Por sua vez, o rácio de NPL líquido de imparidades situou-se em 1,5%, estando em linha com a média da Área do Euro. Adicionalmente, verificou-se um aumento da cobertura por imparidades, tendo o respetivo rácio aumentado 3,5 p.p., para 57,8%, e continuando a comparar favoravelmente com a média da União Europeia.

A evolução do passivo traduziu um aumento expressivo dos depósitos de clientes (+5,6% face a 2021) que continua a ser a principal fonte de financiamento do sistema, e representando cerca de 70,8% das responsabilidades totais do sector. As mudanças na política monetária, para fazer face à subida da inflação, traduziram-se no aumento das taxas de juro que tiveram como consequência uma redução significativa do financiamento junto do Eurosistema (-61,8% face a 2021) que passou a representar 5,0% dos depósitos que compara com 13,2% em dezembro de 2021.

Em termos de solvabilidade, o rácio CET1 agregado situou-se em 15,8%, e o rácio de solvabilidade total em 18,5%, ambos ligeiramente superiores aos rácios apurados no ano anterior.