Associação Portuguesa de Bancos
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Análise da Atividade Bancária

2023 (pdf)

2023 (xlsx)


Destaques

Em 2023, os Associados da APB continuaram a demonstrar uma forte solidez, resiliência ao nível da qualidade de crédito, bem como posições de liquidez adequadas.

O resultado líquido agregado das instituições financeiras manteve a trajetória ascendente dos últimos anos, tendo registado uma melhoria muito significativa, fixando-se em 4,8 mil milhões de euros (+1,9 mil milhões do que em 2022), que corresponde a um return on equity (ROE) de 15,0% e que compara com 9,4% registado no ano anterior. Esta evolução deveu-se, fundamentalmente, ao aumento da margem financeira. Esta, por sua vez refletiu a subida significativa das taxas de juro, que mais do que compensou o aumento das provisões e imparidades para crédito e o aumento, ainda que em menor grau, dos custos operacionais. 

O ativo agregado das instituições financeiras associadas totalizou cerca de 362 mil milhões de euros, tendo registado uma redução de 2,1% face a 2022.  Esta diminuição foi explicada pelo facto de o aumento da exposição a títulos de dívida não ter sido suficiente para compensar a redução das aplicações em bancos centrais, das disponibilidades em outras instituições de crédito, assim como dos empréstimos a clientes. 

Os empréstimos a clientes (valores brutos) registaram um decréscimo anual de 2,3%. Os empréstimos a Empresas e Administração Pública e à habitação apresentaram uma redução de 4,3% e 1,4%, respetivamente, enquanto os empréstimos a particulares para consumo e outros fins subiram 2,2%. Já o rácio de non performing loans (NPL) manteve a trajetória descendente que se verifica desde 2016, situando-se em 2,9%, o que compara com 1,9% para a média da Área do Euro, enquanto o rácio de NPL líquido de imparidades situou-se em 1,2%. Por sua vez, o rácio de cobertura por imparidades subiu 0,8 p.p. para 58,6%.

Os depósitos de clientes continuaram a ser a principal fonte de financiamento das instituições financeiras associadas e, em 2023, representavam 70,7% do ativo agregado. Isto apesar de se ter registado uma descida anual de 2,4% num contexto em que houve uma subida significativa das subscrições líquidas de certificados de aforro, principalmente no primeiro trimestre do ano, e de reembolsos de empréstimos. Adicionalmente, voltou a verificar-se uma redução significativa do financiamento junto do Eurosistema decorrente do reembolso antecipado de uma parte significativa das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO III). O peso desta fonte de financiamento no total do passivo diminuiu de 4,7% em 2022 para 1% em 2023.

Em termos de solvabilidade, assistiu-se a um reforço significativo do rácio Common Equity Tier 1 (CET1), que se situou em 17,9% no final do ano passado (+2,1 p.p. face a 2002) e superou a média da Área do Euro. O rácio de solvabilidade total também registou um aumento situando-se em 20,4% em 2023, mais 1,8 p.p. face ao ano anterior.