Associação Portuguesa de Bancos
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Produtos e Serviços Bancários

A atividade do sector bancário é fundamental para o funcionamento, crescimento e expansão das empresas.

Os bancos atuam como parceiros das empresas, fornecendo soluções de financiamento adequadas às suas necessidades, seja para investir no aumento ou expansão da sua capacidade produtiva (ex. financiamento de médio/longo prazo ou mercado de capitais), seja para auxiliar a gestão de tesouraria (ex. crédito de curto prazo ou crédito comercial).

Para as empresas que pretendem internacionalizar a sua atividade, os bancos também disponibilizam uma oferta variada de soluções de importação e exportação, para financiamento ou reforço da segurança nas transações cambiais, e também para a gestão dos seus riscos.

Conheça, de forma resumida, alguns dos principais produtos e serviços bancários destinados a apoiar as empresas.

Financiamentos de Médio/Longo Prazo 

O financiamento de médio/longo prazo é geralmente associado à fase de investimento ou de expansão das empresas, por exemplo, para a aquisição de edifícios ou de equipamentos. Neste sentido, é comum que a este tipo de financiamento estejam associados montantes elevados e que sejam exigidas garantias adicionais, nomeadamente, relacionadas com o próprio objeto do financiamento em causa.

Principais vantagens do financiamento de médio/longo prazo

  • Permite adequar o pagamento do financiamento aos cash-flows libertados pelo próprio investimento;
  • Não compromete a liquidez necessária à tesouraria;
  • Amortização do financiamento é realizada, em termos gerais, em prestações constantes.

Principais desvantagens do financiamento de médio/longo prazo

  • É comum que a concessão deste tipo de financiamento esteja sujeita à apresentação de garantias adicionais;
  • Direcionado sobretudo para o financiamento da aquisição de ativos tangíveis (ex. imóveis, equipamento de produção).

Consiste num contrato de crédito reembolsável a mais de um ano cujo montante é inicialmente transferido para a conta de depósito à ordem. 

O reembolso deste empréstimo tende a seguir um plano de amortizações de capital constante, embora possa haver outras modalidades de amortização do empréstimo.

Consiste num financiamento através do qual a instituição de crédito (o locador) cede um bem móvel ou imóvel à empresa (o locatário) mediante o pagamento de uma renda, por um prazo determinado (valor residual), tendo o locatário opção de compra do bem, no final do prazo. 

É comum ser também designado por locação financeira.

 

Financiamento de Curto Prazo 

O financiamento de curto prazo, como o próprio nome indica, consiste em financiamentos cujo prazo de reembolso (ou de renovação) é igual ou inferior a 12 meses. Este tipo de financiamento está direcionado para gestão de tesouraria das empresas, permitindo suprir eventuais necessidades, pontuais ou recorrentes, de tesouraria (ex. aquisição de matéria-prima para assegurar uma encomenda de elevada dimensão, prazo médio de recebimento de clientes superior ao prazo médio de pagamento a fornecedores).

Principais vantagens do financiamento de curto prazo

  • Facilidade no acesso a esta modalidade de financiamento;
  • Variedade de alternativas de financiamento de curto prazo;
  • Menor exigência na prestação de garantias, face ao financiamento de médio/longo prazo.

Principais desvantagens do financiamento de curto prazo

  • Menor flexibilidade na gestão do serviço da dívida;
  • Maturidade (ou renovação) deste tipo de financiamentos não excede os 12 meses.

Limite de descoberto na conta à ordem da empresa para o financiamento de necessidades de tesouraria, que permite manter um saldo devedor até ao montante definido e por um prazo determinado.

Linha de crédito de curto prazo, que a empresa pode gerir de acordo com as suas necessidades de tesouraria, sem plano de amortização predefinido.

Operação de financiamento de muito curto prazo (normalmente até 1 mês), cuja taxa é negociada numa base individual, de acordo com das taxas de juro do mercado acrescidas de um spread

Estas operações são utilizadas para necessidades muito pontuais e de valor elevado.

 

Crédito Comercial 

O crédito comercial está, em termos gerais, direcionado para o curto prazo, mas difere do crédito de curto prazo, na medida em que não prevê a concessão direta de crédito. 

Pelo contrário, consiste na concessão indireta de financiamento através da antecipação de fundos por via do desconto de recebíveis (ex. faturas de clientes), auxiliando as empresas no financiamento do fundo de maneio da sua atividade e/ou na gestão de dívidas de clientes.

Principais vantagens do crédito comercial 

  • Redução dos prazos de recebimento e dos custos administrativos com a cobrança de faturas;
  • Consiste num financiamento indireto da atividade da empresa, pelo que não aumenta o nível de endividamento da mesma;
  • Beneficia a gestão de tesouraria da empresa.

Principais desvantagens do crédito comercial 

  • A antecipação dos fundos pressupõe custos associados.

Trata-se de uma solução financeira de curto prazo, prestada por um intermediário financeiro (factor), para apoio à tesouraria e gestão de cobranças, e consiste na antecipação do recebimento do valor das faturas que os fornecedores (aderentes) possuem sobre os seus clientes (devedores). 

Esta antecipação de fundos é realizada mediante a aprovação prévia de um limite de crédito de factoring, que poderá abranger a totalidade dos clientes da empresa, ou uma parte, e prevê o pagamento de um juro.

É um serviço de gestão de pagamentos, através do qual o cliente transmite ao banco ordens de pagamento a prazo aos seus fornecedores. A partir desse momento, o banco gere todo o processo, comunicando aos fornecedores a informação relativa aos pagamentos de que são beneficiários. 

Caso pretendam, os fornecedores podem solicitar a antecipação desses pagamentos, até ao limite de crédito contratado, dentro do prazo e condições negociadas.

Consiste num financiamento de curto prazo que permite às empresas descontar letras sobre clientes, motivando uma antecipação de fundos das respetivas letras.

 

Mercado de Capitais

O financiamento através do mercado de capitais é uma das principais alternativas ao financiamento tradicional bancário, sendo direcionado sobretudo para o médio/longo prazo, embora também disponível no curto prazo. 

Este tipo de financiamento traduz-se, em termos gerais, na emissão de títulos representativos de capital ou dívida, e pode ser dirigido a um conjunto restrito de investidores ou ao mercado em geral. 

Importa referir que a complementaridade entre o financiamento bancário e outras formas de financiamento, como o financiamento através do mercado de capitais, resulta em benefícios tanto para o sector bancário como para as empresas, e o mercado em geral. 

O sector bancário apresenta um papel de intermediário financeiro que vai para além do simples financiamento direto, quer seja no financiamento bancário tradicional ou através do mercado de capitais (ex. através da subscrição de títulos representativos de dívida). 

Os bancos apresentam-se igualmente ativos auxiliando as empresas no financiamento através do mercado de capitais, com diversos e importantes serviços conexos a este financiamento, como, por exemplo, a representação das empresas, o auxílio às decisões de estruturação destas operações, o registo das emissões, a promoção da comercialização das emissões, a garantia de colocação das emissões, o registo e depósito de títulos, entre outros.

Principais vantagens do financiamento através do mercado de capitais

  • Diversificação das fontes de financiamento das empresas;
  • Aumento de notoriedade das empresas perante os seus clientes, fornecedores, credores, trabalhadores e outros stakeholders;
  • Acesso a grandes volumes de financiamento;
  • Aumento do nível de capitalização ou de financiamento de médio/longo prazo das empresas;
  • Redução (potencial) do custo médio da dívida bancária.

Principais desvantagens do financiamento através do mercado de capitais

  • Aumento do nível de informação a disponibilizar ao mercado, com os respetivos custos associados (ex. encargos relacionados com a publicação regular de informação e com auditorias);
  • Custos com a emissão e manutenção dos instrumentos representativos de dívida ou capital;
  • Com a emissão de instrumentos representativos de capital ou convertíveis em capital é previsível uma diluição do controlo da empresa.

São valores mobiliários representativos de uma participação social em sociedades anónimas e que conferem ao seu detentor, entre outros, o direito de voto nas assembleias gerais, o recebimento do dividendo, caso exista, e à quota-parte do capital próprio em caso de liquidação da sociedade.

A emissão destes títulos pode traduzir-se no aumento do montante de capitais próprios das empresas, beneficiando a estrutura de financiamento da mesma, e os seus indicadores financeiros (ex. autonomia financeira).

São títulos representativos de uma fração de dívida, comummente de médio ou longo prazo, pela qual a entidade emissora se obriga ao reembolso do capital dentro do prazo definido e ao eventual pagamento de juros (cupão). 

Existem diversas modalidades de obrigações, que variam em função da sua remuneração, grau de subordinação, possível conversão, entre outros. A emissão está sujeita ao cumprimento de condições previamente estabelecidas.

São títulos representativos de uma fração de dívida de curto prazo, pela qual a entidade emissora se obriga ao pagamento de juros (cupão) e ao reembolso do capital dentro do prazo definido. 

A emissão está sujeita ao cumprimento de condições previamente estabelecidas.

Consiste numa forma de financiamento das empresas, sobretudo na fase de desenvolvimento e crescimento, em que as empresas mais necessitam de investimento. 

É comum que este tipo de financiamento ocorra através da participação no capital da empresa, com ofertas em mercado ou através da angariação de fundos junto de investidores privados. 

Em virtude do investimento no capital da empresa, ao contrário do financiamento tradicional bancário, é o grau de sucesso do projeto/empresa que irá decidir os ganhos dos investidores do capital de risco.

Existem diversas modalidades no âmbito do capital de risco, ajustadas às diversas fases de desenvolvimento das empresas, nomeadamente através de sociedades e fundos de capital de risco.

 

Garantias Bancárias 

Uma garantia bancária é uma operação de crédito pela qual um banco se constitui, perante terceiros (os beneficiários), garante da execução, nos termos do texto da garantia, de obrigações assumidas pelos seus clientes (os ordenadores). 

Apesar da garantia não pressupor a concessão de crédito direto, a mesma constitui um crédito potencial, ou seja, caso a garantia seja executada, o banco assume a responsabilidade, exigindo posteriormente ao ordenador o reembolso desse mesmo montante.

Existem várias modalidades de garantias bancárias direcionadas para propósitos específicos, pelo que as condições das mesmas também variam em função do objetivo pretendido (ex. prazo, montante, condições de execução).

Principais vantagens das garantias bancárias

  • Facilitam a concretização de negócios ou a realização de operações;
  • Apresentam um custo inferior ao custo de imobilização de capital ou de obtenção de financiamento;
  • Não aumentam o nível de endividamento da empresa.

Principais desvantagens das garantias bancárias

  • Apesar de não consistir na concessão de crédito direto, o montante das garantias é considerado para o nível de envolvimento creditício com o respetivo banco.

Destina-se a garantir o reembolso das obrigações pecuniárias (sejam elas geradas por uma operação de crédito ou não).

Destina-se a garantir o cumprimento de obrigações ou factos assumidos pelo cliente perante terceiros (ex. contrato de fornecimento de mercadorias ou serviços, construção de infraestruturas).

 

Soluções de Importação/Exportação 

As transações comerciais internacionais, sejam elas importações ou exportações de produtos ou serviços, envolvem diversos riscos (ex. risco de crédito, risco político, risco cambial). Neste sentido, os bancos disponibilizam diversas soluções que as empresas podem contratar para financiar as transações comerciais internacionais necessárias, mas também para mitigar os riscos associados e garantir o sucesso das mesmas.

Principais vantagens das soluções de Importação/Exportação

  • Aumentam o grau de segurança da transação comercial, tanto para o importador, como para o exportador;
  • Aumentam a facilidade da obtenção de crédito, na medida em que há uma transação em curso;
  • Podem permitir a redução do risco cambial, mediante a contratação de produtos financeiros conexos.

Principais desvantagens das soluções de Importação/Exportação

  • Podem não ser operações de fácil compreensão (ex. operações que envolvem diversas etapas e, eventualmente, vários intermediários).

Consiste num compromisso irrevogável do banco emitente que, atuando por instruções de um importador (ordenador), fica obrigado a efetuar um pagamento - à vista ou a prazo - a um exportador (beneficiário) ou à sua ordem, contra a apresentação de documentos em conformidade com os termos enunciados na carta de crédito.

Nas situações em que exportador não esteja confortável com o risco associado à transação (ex. risco político da região em que o importador e o banco emitente se encontram), o crédito documentário poderá ser confirmado pelo banco do exportador (banco confirmador), assumindo este solidariamente com o banco emitente a responsabilidade pela operação. 

Desta forma, o banco confirmador assume a garantia de pagamento, através da confirmação de cartas de crédito, permitindo ainda efetuar o adiantamento das exportações.

O financiamento do comércio externo, ou seja, de bens ou serviços objeto de importação ou exportação, pode assumir diversas formas, incluindo, por exemplo, o financiamento da importação de bens e/ou serviços em fase de encomenda, postecipando o respetivo pagamento, ou o financiamento associado à antecipação de receitas de exportação já concretizadas.

Estas operações, geralmente de curto prazo, podem ser realizadas em moeda estrangeira, de forma a anular o risco cambial envolvido.

São instruções dadas por um exportador ao seu banco para o envio de documentos financeiros para pagamento pelo importador, nomeadamente através do banco deste, o qual procede à respetiva cobrança. 

Desta forma, destina-se a empresas que realizem exportações que precisem de efetuar cobranças no exterior, nas situações em que existe confiança no importador, uma vez que de forma geral o exportador envia a remessa após a expedição de mercadorias. 

Consiste no desconto de recebíveis (nomeadamente sob a forma de créditos documentários) sem recurso sobre o exportador. Esta solução é geralmente direcionada para o médio/longo prazo, e auxilia as empresas (importadora e exportadora) na gestão de tesouraria em transações de comércio externo. 

O banco procede ao pagamento à vista ao exportador, o que permite o financiamento da mercadoria exportada, enquanto possibilita que o importador possa realizar o pagamento postecipado (e/ou fracionado) da mercadoria importada.

 

Gestão de Risco 

Para além de produtos bancários direcionados a empresas que se destinam ao financiamento direto e indireto da sua atividade, o sector bancário dispõe ainda de produtos que se destinam à gestão de riscos financeiros decorrentes da atividade das empresas.

De entre os produtos mais comuns nesta categoria, destacam-se aqueles que visam mitigar o risco cambial ou o risco de taxa de juro, permitindo que as empresas possam ter um maior grau de confiança nos fluxos monetários futuros de determinada operação, independentemente das oscilações das taxas de câmbio ou de juro.

Principais vantagens das soluções de gestão de risco

  • Aumenta o grau de certeza dos fluxos líquidos originados por determinada operação;
  • Assegura a proteção das empresas face à volatilidade dos mercados.

Principais desvantagens das soluções de gestão de risco

  • Podem pressupor perdas que excedem o montante de investimento (geralmente reduzido nestas operações);
  • Envolvem um grau de complexidade significativo;
  • Podem não estar acessíveis a todas as empresas.

Financiamento concedido, como o nome indica, em moeda estrangeira, pelo que a taxa de juro utilizada é usualmente a taxa de juro associada a essa moeda. Pode ser utilizado em operações de comércio externo, nomeadamente, em situações de exportação de bens ou serviços e recebimento a prazo.

Depósito, como o nome indica, em moeda estrangeira, em que a taxa de juro utilizada é usualmente a taxa de juro associada a essa moeda. Pode ser utilizado em operações de comércio externo, nomeadamente, em situações de importação de bens ou serviços e pagamento a prazo.

Consiste num derivado financeiro no qual é fixada, no momento inicial, uma taxa de câmbio a prazo, para um determinado valor de referência (valor nominal).

Consiste num derivado financeiro no qual se procede à troca de fluxos de taxa de juro, para um determinado prazo e valor de referência (valor nominal). 

É comum que este produto seja utilizado para trocar uma taxa de juro variável por uma taxa de juro fixa, garantindo que, em conjunto com um empréstimo (de taxa variável) de idêntico montante, prazo e condições de amortização, o valor líquido de juros a pagar se mantém fixo, independente da volatilidade das taxas de juro do mercado.