Em 2023, a rendibilidade do sistema bancário nacional, manteve a trajetória ascendente dos últimos anos, tendo registado, neste ano, uma melhoria muito expressiva. Esta evolução deveu-se, fundamentalmente, ao aumento da margem financeira, que refletiu a subida significativa das taxas de juro, que mais do que compensou o aumento das provisões e imparidades para crédito e o aumento, ainda que em menor grau, dos custos operacionais. Adicionalmente, o sector bancário continuou a reforçar os níveis de capital e liquidez e a responder às necessidades de financiamento da economia.
O sector deverá continuar a defrontar desafios complexos, na medida em que, as fortes tensões geopolíticas e manutenção de condições monetárias restritivas poderão traduzir-se num acréscimo da materialização do risco de crédito, sobretudo das famílias e das empresas mais vulneráveis, numa maior probabilidade de correção quer do preço dos ativos financeiros, quer no mercado residencial imobiliário. Face ao atual ambiente económico, regulamentar e concorrencial, será critico a prossecução da transformação digital dos serviços financeiros, a transição para uma economia sustentável e a incorporação destes desafios na gestão de risco, bem como o reforço da resiliência operacional face às ameaças decorrentes de ciberataques cada vez mais sofisticados.